Já estamos cansados de saber: mulheres ganham menos do que homens no Brasil e em quase todo o mundo. Segundo o último dado do IBGE, nacionalmente as mulheres têm salários 23% inferiores aos homens. No Paraná, a distância é ainda maior: 27%!
Apesar de ser contraintuitivo, isto também se reproduz no serviço público brasileiro. Contraintuitivo pois a maior parte dos cargos é preenchida por concurso público, e consequentemente uma seleção em tese não-discriminatória. Mas segundo o Atlas do Estado Brasileiro (Ipea), as mulheres recebem em média no serviço público municipal 5% a menos do que os homens. No serviço público estadual, 25% a menos. Já no Federal (civil), 16% a menos.
Em nosso município, segundo dados do Instituto de Previdência Municipal de Cascavel (IPMC), as servidoras públicas ganham um salário médio de R$ 3.062,64, valor 28% menor do que dos servidores homens. Mesmo as mulheres sendo 78% de todo o contingente do funcionalismo público municipal.
Assim como no restante do país, isto ocorre porque as mulheres ocupam cargos e funções com menores remunerações no Estado. Em Cascavel, 28% de todos os servidores são professores e 8% professores de Educação Infantil, que são ocupados quase inteiramente por mulheres. Segundo dados de pagamento de pessoal do Portal da Transparência de Cascavel, dentre os 146 cargos atuais, os Professores têm a 29º pior média salarial e os Professores de Educação Infantil a 54º.
Isto mostra que defender a valorização da carreira na Educação é também valorizar o trabalho das mulheres. Garantir o pagamento do Piso Salarial Profissional Nacional para os Profissionais do Magistério Público da Educação Básica é fundamentalmente aumentar o salário de mulheres. Quando não se paga o piso nacional do magistério aumenta o fosso remuneratório em relação aos homens. Segundo o Inep, em 2021 79% dos docentes da Educação Básica brasileira eram mulheres. Em Cascavel esta proporção é ainda maior.
O piso foi concebido justamente para equiparar o pagamento dos professores ao de outros profissionais com a mesma formação. Com a sua aplicação, números espantosos como o da desigualdade salarial de gênero na Prefeitura de Cascavel tendem a diminuir.
Neste 8 de março é preciso lutar pelo fim do machismo, da violência e de todo tipo de desigualdade de gênero.