Enquanto uma professora da Rede Municipal de Cascavel pode pagar até 27,5% de seu salário em imposto de renda, os super-ricos no Brasil continuam praticamente isentos de tributação sobre lucros e dividendos desde 1996. Essa desigualdade escancara um sistema tributário injusto, que impacta diretamente a educação pública e o trabalho docente.
Em um cenário local marcado pela defasagem salarial de 22,36% no Piso do Magistério e por um déficit crescente de profissionais – que já chega a 563 servidores na Rede Municipal de Educação –, o Siprovel reforça a importância da participação da categoria no Plebiscito Popular 2025. A consulta, organizada por movimentos sociais, sindicatos e frentes populares em todo o país, quer ouvir a população sobre medidas que podem transformar essa realidade, como a isenção do imposto de renda para salários de até R$ 5 mil, a taxação dos super-ricos, a redução da jornada de trabalho sem redução salarial e o fim da escala 6×1.
A presidenta do Siprovel, professora Gilsiane Quelin Peiter, lembra que a luta por valorização salarial e condições dignas de trabalho na Rede Municipal de Ensino está diretamente ligada à necessidade de uma reforma tributária mais justa no país. “Enquanto professoras e professores, sabemos o que significa trabalhar sem o devido reconhecimento e com salários defasados. A desigualdade que enfrentamos na educação também é reflexo de um sistema que protege privilégios de uma minoria. É hora de mobilizar a sociedade para exigir mudanças estruturais. O plebiscito é uma ferramenta poderosa para isso”, afirma.
Em Cascavel, o Siprovel disponibilizou uma urna física em sua sede administrativa, além de orientar os profissionais sobre como participar online pelo site plebiscitopopular.org.br. Podem votar todas as pessoas com 16 anos ou mais, até o dia 7 de setembro.
Para o sindicato, a adesão da categoria é essencial não apenas para fortalecer a iniciativa, mas também para levar o debate às Escolas e Cmeis e envolver a comunidade. “É preciso votar e conversar com os colegas, com as famílias e com a sociedade sobre a importância dessas pautas. A educação pública e o futuro das nossas crianças dependem de políticas que promovam justiça social e valorizem as trabalhadoras e os trabalhadores”, ressalta Gilsiane.