Os altos índices de adoecimento de professores(as) na Rede Municipal de Ensino de Cascavel são evidentes. Sobrecarga de trabalho, ausência de condições adequadas nas Escolas e Cmeis, aumento dos casos de ansiedade, depressão e afastamentos por problemas de saúde têm marcado o cotidiano da categoria. Essa realidade evidencia um cenário de risco que exige mecanismos permanentes de proteção, fiscalização e prevenção.
É nesse contexto que a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e Assédio (CIPA) assume papel estratégico. Instituída pela Norma Regulamentadora NR-5 do Ministério do Trabalho, a CIPA foi regulamentada em Cascavel em 2023, por meio da Lei Municipal nº 7.536. No entanto, a comissão ainda não foi efetivamente implantada no município. Para que saia do papel e cumpra sua função, é imprescindível a realização de eleições entre o funcionalismo público, garantindo a devida representatividade da classe trabalhadora.
Composta por representantes eleitos(as) pelos(as) trabalhadores(as) e por membros indicados pelo Governo Municipal, a atuação da CIPA é fundamental para mapear riscos, propor soluções, acompanhar medidas de saúde e segurança e intervir em situações críticas vividas pelos profissionais da educação.
Eleições e Composição da Comissão
A eleição ocorrerá de forma online, via Sistema IPM, com período de votação agendado entre 02 e 06 de fevereiro de 2026. A campanha eleitoral seguirá até o dia 30 de janeiro de 2026.
Ao todo, a CIPA será composta por 40 membros, com a seguinte distribuição:
– 10 titulares e 10 suplentes eleitos(as) pela base – destes, 6 vagas são destinadas à Secretaria de Educação;
– 10 titulares e 10 suplentes indicados pelo governo municipal – destes, também 6 vagas são destinadas à Secretaria de Educação.
Candidaturas da Educação
Ciente da gravidade do cenário e da necessidade de fortalecer a representação da Educação nestes espaços, o Siprovel manifesta apoio às professoras que se dispuseram a representar a categoria na CIPA, contribuindo para que os problemas enfrentados nas Escolas e Cmeis sejam devidamente identificados, registrados e encaminhados de forma institucional. As professoras são:
– Eliz Cristina Rodrigues da Veiga Girardi (Escola Ana Neri);
– Indianara Maria Hilario (Escola Manoel Ludgero Pompeu);
– Andréia Lysik Viega (Escola Neiva Ewald).
Por que fortalecer a representação docente na CIPA?
A presença de professores(as) nesse espaço é essencial para: Mapear riscos específicos da atividade docente; Denunciar condições precárias que geram adoecimento; Exigir melhorias estruturais e organizacionais; Acompanhar o cumprimento das normas de segurança; Intervir em situações de risco grave e iminente; Reivindicar políticas de prevenção, cuidado e saúde do trabalhador(a).
Além disso, a CIPA tem atribuições diretas sobre o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), avaliação de ambientes, análises de acidentes e realização da Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (SIPAT) – instrumentos fundamentais para enfrentar a precarização das condições de trabalho vividas pela categoria.
Chamado à categoria
O Siprovel reforça que a luta contra o adoecimento docente passa pela ocupação dos espaços institucionais de participação e fiscalização. A CIPA é um deles. Por isso, o sindicato incentiva todos(as) os(as) professores(as) a acompanharem o processo, fortalecerem as candidaturas docentes e contribuírem para uma eleição que reflita as necessidades reais da educação pública municipal.
Segurança no trabalho é direito. Representação é compromisso. Participação é força coletiva.