Sem propostas para reivindicações dos professores, Siprovel exige respeito do Governo Renato Silva

Com uma defasagem salarial de 20,55% em relação ao Piso Nacional do Magistério e um déficit superior a 500 profissionais na Rede Municipal de Educação de Cascavel, os professores e professoras têm enfrentado sobrecarga e condições de trabalho cada vez mais precárias. “Estamos dando conta do atendimento pedagógico a mais de 33 mil crianças mesmo com a realidade imposta. Não aguentamos mais”, afirmou a presidente do Siprovel, Gilsiane Quelin Peiter, durante reunião da Comissão Permanente de Negociações, realizada na última segunda-feira (29).

Na ocasião, o sindicato questionou a ausência de previsão para a ampliação de servidores(as) públicos(as) no Plano Plurianual (PPA) de Cascavel 2026-2029, recentemente aprovado pelo Legislativo. O documento é o principal instrumento de planejamento da administração municipal e estabelece diretrizes, metas e prioridades da administração para os próximos quatro anos. Segundo o PPA, a arrecadação deve crescer progressivamente, chegando a R$ 3 bilhões até 2029. Entretanto, o texto não prevê ampliação de profissionais nem contempla a valorização da carreira docente.

“As matrículas da Rede Municipal de Educação nunca diminuíram, pelo contrário, estão em constante crescimento. Como podemos falar em perspectiva de melhorias sem previsão de ampliação de profissionais? O município seguirá descumprindo a Lei do Piso Salarial do Magistério? O PPA também não contempla essa demanda”, destacou Gilsiane Peiter.

Para a dirigente sindical, o orçamento apresentado ignora as professoras e professores. “Nós não nos vimos neste orçamento. Não é novidade as demandas que apresentamos nesta Comissão. Nós, trabalhadores e trabalhadoras, que fazemos a educação acontecer, precisamos de valorização”, reforçou.

Descaso e Próximos Passos

Representando o Governo Renato Silva, o Secretário de Planejamento e Gestão, Fernando Scalon, e a Secretária de Educação, Márcia Baldini, participaram da reunião, mas não apresentaram propostas efetivas para a Pauta de Reivindicações da categoria, que somam 57 itens. 

Diante do impasse e do que o sindicato classificou como “descaso do governo”, a direção do Siprovel exigiu maior seriedade na condução das negociações. Em seguida, o Secretário de Finanças, Joacir Aparecido Cosma, que também assumiu a Secretaria de Planejamento e Gestão, recebeu o Siprovel e agendou uma nova reunião para o dia 16 de outubro, quando o governo deverá apresentar propostas concretas.

Prestação de Contas da Prefeitura

A luta da categoria por um orçamento justo para a educação também marcou presença na Prestação de Contas do 2º quadrimestre, realizada na Câmara Municipal. A direção do Siprovel utilizou o espaço para cobrar a responsabilidade dos vereadores na aprovação de um PPA que negligencia a contratação de servidores. “O legislativo também é responsável por não estarmos no PPA. As matrículas só aumentam, e o planejamento aprovado por esta Casa ignora a necessidade urgente de contratar mais profissionais para garantir a qualidade do ensino”, concluiu a presidenta.

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