O Sindicato dos(as) Professores(as) da Rede Pública Municipal de Ensino de Cascavel (Siprovel) protocolou, nesta segunda-feira (17/03), o Ofício nº 42/2025 dirigido ao Prefeito Renato Silva e às Secretarias de Educação (Semed), Planejamento e Gestão (Seplag) e Saúde (Sesau), solicitando a implementação de um plano emergencial para mitigar os efeitos das ondas de calor na Rede Municipal de Educação.
O documento destaca que as temperaturas elevadas registradas nas últimas semanas — com máximas acima de 37°C — têm comprometido o bem-estar e o desempenho de alunos(as) e professores(as). Dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) mostram que a região Oeste do Paraná, incluindo Cascavel, esteve sob um Aviso de Onda de Calor com grau de severidade classificado como Grande Perigo, indicando temperaturas 5°C acima da média por mais de cinco dias consecutivos.
Problemas estruturais
O Siprovel alerta que a maioria das Escolas e Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis) não possui climatização adequada. Enquanto algumas unidades contam apenas com ventiladores — muitos deles sem manutenção —, outras têm ar-condicionado em poucas salas de aula, mas enfrentam dificuldades para arcar com os custos de manutenção. Além disso, muitas escolas recém-inauguradas sequer possuem ventiladores instalados.
A falta de infraestrutura adequada tem gerado ambientes escolares excessivamente quentes e ruidosos, comprometendo a concentração, o desempenho cognitivo e a saúde física e mental. Estudos apontam que a exposição prolongada a altas temperaturas pode causar desidratação, exaustão térmica e outros problemas de saúde, além de agravar a precarização das condições de trabalho dos profissionais da educação.
Medidas propostas pelo Siprovel
Diante desse cenário, o sindicato solicitou a adoção imediata de um plano emergencial que inclua:
– Instalação de sistemas de climatização (ar-condicionado) em todas as salas de aula das Escolas e Cmeis;
– Manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos de ventilação existentes, com processos licitatórios permanentes para garantir eficiência e evitar custos extras para diretores(as);
– Adequação das estruturas físicas das unidades escolares, com melhorias na ventilação natural e implantação de áreas verdes e sombreadas;
– Elaboração de protocolos de ação para períodos de ondas de calor, incluindo ajustes de horários e atividades escolares;
– Revisão dos critérios de infraestrutura para novas unidades escolares, garantindo que todas sejam entregues com sistemas de climatização adequados.
O Siprovel reforça que a adoção dessas medidas é fundamental para assegurar um ambiente escolar saudável e propício ao aprendizado. “A educação de qualidade começa com condições dignas de trabalho e ensino. Não podemos aceitar que alunos e professores continuem sofrendo com o calor excessivo em salas de aula superlotadas e mal ventiladas”, finaliza a presidenta do sindicato, Gilsiane Quelin Peiter.