A Prefeitura de Cascavel mais uma vez deixou claro que opta por economizar às custas das professoras e professores da Rede Municipal de Educação. Durante a reunião da Comissão Permanente de Negociações do Magistério, realizada nesta quinta-feira (22), a ausência da Secretaria de Finanças — que havia assumido o compromisso de apresentar os cálculos para uma proposta de pagamento da defasagem salarial de 22,36% — frustrou novamente a categoria.
O encontro, que contou com a participação de dirigentes do Siprovel e representantes da Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) e da Secretaria de Educação (Semed), não trouxe qualquer avanço concreto por parte da administração. A ausência da Secretaria de Finanças (Sefin), justamente a responsável pelos estudos técnicos para viabilizar o pagamento da defasagem, foi considerada um desrespeito com os(as) profissionais da educação.
Mesmo diante desse cenário de descaso, ficou definida a realização de uma nova reunião no mês de junho. O Siprovel, no entanto, reforça que não aceitará mais protelações: “Exigimos uma proposta do poder público. O Piso do Magistério não é uma opção, é uma obrigação legal. Existe uma lei municipal que garante esse direito e nós vamos continuar exigindo seu pagamento integral”, destacou a presidente Gilsiane Quelin Peiter.
O sindicato também cobrou mais responsabilidade e compromisso do prefeito Renato Silva (PL) para garantir que a equipe técnica da administração cumpra o que é definido nas reuniões da Comissão. “É preciso respeito com a categoria e seriedade no processo negocial”, reforçou a presidenta.
Saúde do(a) trabalhador(a) docente
Outro ponto debatido na reunião foi a saúde mental das trabalhadoras e trabalhadores docentes. O Siprovel destacou que a sobrecarga emocional dos(as) professores(as) está diretamente relacionada à falta de valorização profissional, especialmente pelo não pagamento do Piso, pelo déficit de servidores(as) e pela ausência de Professor(a) de Apoio Pedagógico para atender adequadamente estudantes com deficiência.
“A saúde mental da nossa categoria está sendo afetada pelas omissões da Prefeitura. Temos professoras sobrecarregadas, lidando com casos complexos e, muitas vezes, sem o apoio técnico necessário”, denunciou a presidente da entidade.
Além disso, foi apontado a situação que tem se tornado recorrente dos laudos tardios, especialmente de professores(as) diagnosticados(as) com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O sindicato cobrou que a Prefeitura trate o tema com a devida seriedade, garantindo um atendimento humanizado e individualizado. “É preciso que toda servidora e servidor tenham acesso ao atendimento garantido pela Medicina do Trabalho”, defendeu Gilsiane.
O Siprovel segue firme na luta pela valorização do magistério, pela garantia dos direitos da categoria e pela construção de uma educação pública de qualidade. “Estamos com vocês. A luta é coletiva e juntos vamos alcançar nossos objetivos. Não aceitaremos retrocessos”, finalizou a presidenta.