CARTA ABERTA À CATEGORIA: DIA 1° DE MAIO, DIA INTERNACIONAL DO TRABALHADOR

 

O dia do trabalhador será comemorado em meio à maior crise social do nosso século. Esta crise se somou à um cenário já caótico, com 12,9 milhões de pessoas desempregadas, 36,8 milhões de trabalhadores na informalidade, 27,6 milhões de pessoas subutilizadas (quando trabalham menos do que gostariam, ou necessitariam) e 4,8 milhões de pessoas desalentadas (quando já desistem de procurar emprego).

Em resposta a este cenário, Temer e Bolsonaro patrocinaram verdadeiras guerras contra os direitos trabalhistas, aprovando a legalização da terceirização da atividade-fim, Reforma Trabalhista, a Carteira de Trabalho Verde-e-Amarela e a Reforma da Previdência. Quem não lembra da promessa do então ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, de que a Reforma Trabalhista geraria 6 milhões de novos empregos? Uma trágica piada.

A ladainha continua a mesma, e querem com a PEC Emergencial, a Reforma Administrativa e outros projetos, diminuir o salário dos servidores públicos (o eterno bode expiatório) e retirar ainda mais direitos, alegando que estes trabalhadores geram o rombo nas contas públicas do país, dos estados e dos municípios (ano passado a vilã do déficit era a Previdência).

A pandemia ensinou, para quem ainda se negava a enxergar, que os serviços públicos são essenciais para a sociedade funcionar. Que sem a saúde pública, literalmente não sobrevivemos. E no mundo pós-pandemia isto será ainda mais verdade, também para os outros setores do serviço público. Devastados por uma grande crise econômica, a garantia de uma Educação pública, gratuita e de qualidade, será fundamental para nos salvar do aprofundamento das desigualdades sociais.

Este primeiro de maio, em um momento tão sui generis, deve nos unir como classe, pois vimos mais uma vez que, no momento da crise, o governo só teve olhos para salvar grandes empresários e banqueiros, como o pacote trilionário para os bancos uma semana depois de a OMS decretar a pandemia. Ao mesmo tempo em que o governo federal resistiu até quando não lhe foi mais possível, por força da oposição na Câmara, à criação do auxílio emergencial de R$ 600 para aqueles que ficaram sem nenhuma renda por conta do Coronavírus.

Defender os serviços públicos, em contraposição ao infantil discurso de que o mercado resolve tudo, será incontornável. Por isto, como categoria, deveremos lutar pelas nossas garantias mínimas, como o pagamento do piso nacional, que em Cascavel sequer ainda foi implementado.

Um parabéns a cada professor e professor de educação infantil, a cada trabalhador, a cada um que ficou em casa ou que não pôde ficar em casa, pois afinal de contas, toda a riqueza deste e de todos os países só tem uma origem, a cabeça, os braços e as pernas da classe de quem vive apenas do seu próprio trabalho.

 

SIPROVEL

Sindicato dos Professores e Professores de Educação Infantil da Rede Pública Municipal de Ensino de Cascavel

 

⭐️Acesse aqui a carta em PDF: https://siprovel.com.br/wp-content/uploads/2020/05/dia-trabalho-siprovel.pdf

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