Por uma educação antirracista: formação discute como combater o racismo no ambiente escolar

As perspectivas e estratégias para a construção de uma educação pública antirracista pautaram a formação “Letramento Racial e Educação Antirracista: Ressignificando as Práticas Escolares”, promovida pelo Sindicato dos(as) Professores(as) da Rede Pública Municipal de Ensino de Cascavel (Siprovel) entre os meses de setembro e novembro. Os docentes participaram de encontros focados em reflexões e trocas de experiências com o objetivo de construir um ensino comprometido com a superação das desigualdades étnico-raciais.

Ministrada pelo pedagogo Kleiton Linhares, a formação abordou temas fundamentais para o combate ao racismo e a inclusão de práticas antirracista no ambiente escolar. Entre os objetivos da iniciativa, estava o de incentivar a implementação de métodos pedagógicos que valorizem a diversidade, promovam a equidade e combatam o preconceito racial de forma prática e contínua nas salas de aula.

Durante os encontros, os participantes revisitaram a história do Brasil sob a perspectiva dos povos originários, passando por períodos de colonização e escravização. Conceitos essenciais, como raça, etnia, racismo estrutural, lugar de fala, branquitude e privilégios, foram discutidos de maneira crítica, promovendo um letramento racial que ultrapassa a teoria e propõe reflexões profundas sobre o papel da educação na desconstrução do racismo. Os profissionais foram incentivados a desenvolver e aplicar atividades práticas voltadas à temática racial, buscando transformar a prática educativa e contribuir para uma formação cidadã e inclusiva.

“A legislação estabelece a obrigatoriedade do ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas, completou 21 anos, mas ainda estamos longe de ver seu reflexo nas práticas pedagógicas”, destacou Kleiton Linhares. Ele reforçou que, para que essas políticas educacionais se fortaleçam e sejam enraizadas, é essencial que contem com o envolvimento ativo de toda a comunidade escolar e dos gestores públicos. “É preciso que a Secretaria de Educação realize um diagnóstico nas Escolas e Cmeis para identificar desafios da nossa Rede e busque soluções coletivamente”, complementou o professor e dirigente sindical.

Além das discussões teóricas, a formação proporcionou aos participantes um jantar temático com a oportunidade de compartilhar suas experiências e desafios ao tratar a temática racial em sala de aula, fortalecendo o compromisso coletivo de transformar a educação. As professoras e professores relataram o impacto positivo da formação e ressaltaram a importância de iniciativas como esta para capacitar o corpo docente sobre a relevância de um ensino antirracista, que valorize a história e a cultura de todos os grupos étnicos presentes no Brasil.

Para o Siprovel, promover ações como esta é fundamental para contribuir com a construção de uma escola pública que não apenas respeite, mas valorize as diferenças e que combata de maneira efetiva as discriminações que ainda persistem na sociedade cascavelense.

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