Siprovel cobra reposição de professores(as) e contesta exigências do novo concurso público

A Comissão Permanente de Negociação do Magistério realizou, nesta quinta-feira (30), a oitava rodada de debates entre o Sindicato dos(as) Professores(as) da Rede Pública Municipal de Ensino de Cascavel (Siprovel) e representantes do Governo Renato Silva (PL). Durante o encontro, o sindicato protocolou nova contraproposta técnica referente aos itens 21 a 25 da Pauta de Reivindicações 2025, além de denunciar o impacto financeiro das exigências do novo edital de concurso público lançado pela Prefeitura.

De acordo com a presidenta do Siprovel, Gilsiane Quelin Peiter, as reuniões têm sido fundamentais para evidenciar à administração municipal a realidade das escolas e Cmeis. “Estamos insistindo de forma pedagógica para que o governo compreenda o que é o espaço escolar e o que ele precisa para funcionar. Sem professor(a), não há escola nem Cmei em pleno funcionamento. Hoje, o déficit de profissionais é gigantesco, e quem paga o preço são as crianças, que deixam de receber atendimento adequado, aulas de reforço e o apoio pedagógico necessário”, afirmou.

O sindicato destacou que a falta de profissionais tem comprometido o funcionamento das instituições, forçando diretores(as) e coordenadores(as) a substituírem professores(as) em sala de aula – o que inviabiliza o planejamento e o acompanhamento pedagógico. “Isso não pode continuar acontecendo. Queremos que o Governo Renato Silva compreenda que garantir servidores(as) é garantir educação pública de qualidade”, reforçou Gilsiane.

Saúde docente e ergonomia
Na contraproposta apresentada, o Siprovel questiona a ausência de ações concretas nas respostas do governo aos pontos sobre saúde docente e condições de trabalho. O sindicato exige a criação de um cronograma detalhado para substituição de mobiliários inadequados, transparência sobre os recursos já aplicados e melhor acompanhamento ergonômico para os(as) profissionais da educação.

O documento também contesta a negação do adicional de insalubridade, apontando contradições nas próprias ordens de serviço da Prefeitura, que reconhecem a exposição a agentes biológicos. O Siprovel propôs a criação de um grupo de trabalho interdisciplinar, com participação sindical, para reavaliar os laudos e garantir a distribuição imediata de EPIs adequados.

Concurso público: exames caros podem limitar acesso
Outro ponto de forte contestação foi o novo Edital de Concurso Público nº 277/2025, que exige uma série de exames médicos custeados pelos(as) candidatos(as). Segundo denúncias recebidas pelo Siprovel, o custo total pode ultrapassar R$ 3 mil, o que cria uma barreira econômica injusta para quem deseja ingressar no serviço público.

“Estamos recebendo muitas reclamações. O edital impõe um custo que inviabiliza a inscrição de profissionais. Exigir exames dessa natureza sem custeio do município é transferir uma responsabilidade que deveria ser pública”, explicou Gilsiane.

O sindicato também propõe ampliar o número de convocados(as) por chamada, a fim de reduzir o impacto das desistências e recompor com mais agilidade o quadro de profissionais da educação.

Cobrança por resultados concretos
Embora o Siprovel reconheça avanços pontuais no diálogo com a nova gestão da Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag), o sindicato cobra efetividade nas respostas. “De nada adianta seguir debatendo se as decisões não se concretizam na prática. Queremos ver a valorização da educação acontecer dentro das escolas e dos Cmeis, e não apenas nos discursos. Se o governo diz que a educação é prioridade, é preciso provar isso com ações reais”, concluiu Gilsiane.

 A próxima reunião da Comissão Permanente de Negociação deve ocorrer na próxima semana, dando continuidade à análise dos demais pontos da Pauta de Reivindicações do Magistério.

Confira a contraproposta na íntegra.

   

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